“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus;Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra;Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia;Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.”(Mt 5:3-10)
Com profunda alegria que hoje me voltou à mente a imagem de dois jovens chineses, que entrariam para a história universal no dia 5 de junho de 1989. O primeiro ninguém mais sabe , niguém mais viu , mas o seu gesto de se por à frente de uma fileira de tanques blindados todos podemos ver, comentar, homenagear e citar como símbolo de resistência à opressão e violência do Estado.
Nos comovemos diante da já imortalizada foto “O Rebelde Desconhecido de Tiananmen” de Jeff Widener .E chegamos a pensar que o mundo seria outro se todos pudessem dar as mãos e cantar uma só canção , talvez “Imagine” de John Lennon, porque não?
Mas que fazemos nós de concreto em nossas casa, em nossos trabalhos, nas comunidades, em nosso lazer? Qual é a nossa real contribuição para a paz celestial( não falo da praça chinesa)?
A paz não nasce de fora para dentro nem é trazida em bandeja de prata por messias ou profetas improvisados. A paz nasce do íntimo de cada um de nós ao renunciarmos ao nosso ego , ao nosso narcisismo doentio e apego à silhueta transitória que chamamos de “eu”.
A a paz nasce quando a necessidade de verdadeiramente ser feliz brota da dor e da angústia de ver a justiça ao redor de todos, irmãos ajudando irmãos. Quando priorizamos o ser acima do ter e o servir acima do ser servido ; o consolar acima do ser consolado em nossas pieguices e melindres; quando desejarmos deixar de ser meninos e nos transformarmos em homens ;quando desejarmos deixar de ser forasteiros e assumirmos a filiação divina e deixarmos de nos fazer de vítimas das circunstâncias.
Toda lagarta pode aprender a deixar de se arrastar se tornar bela borboleta alada a manifestar a glória divina que traz consigo…
O Prêmio Nobel , oferecido ao professor e ativista chinês Liu Xiaobo , na verdade é uma homenagem a todos que de boa vontade anunciam e denunciam o erro e clamam por transformações e não por remendos de panos novos em panos velhos…o mundo precisa de panos novos.
O prêmio é uma homenagem especialmente a dois jovens chineses : aquele que é o desconhecido guerreiro desarmado que teve a coragem de enfrentar a fileira de tanques … e aquel’outro jovem , igualmente desconhecido , que não abusou do poder , quando poderia , e nem o esmagou seguindo ordens e determinações superiores, o que intimidadria todo o movimento de insurreição de então.
O paradeiro dos dois é desconhecido, mas que o Nobel, também lhes pertence, isso sim.
E nós, quando seremos indicados a um prêmio de boa conduta?Ou de bom comportamento? Que revolução nos falta para acordar o gigante que dormita em nós?
E nós, para onde vamos?
fonte: http://bit.ly/cTnSQh
Ouça o comentário desta notícia por André @Zech http://bit.ly/akL5PY